Os acusados das mortes do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista Dom Phillips serão interrogados no dia 17 de abril. A data foi fixada pelo juiz Fabiano Verli, da Justiça Federal do Amazonas. Ele preside a audiência de instrução e julgamento que começou no dia 20 deste mês. Antes do interrogatório, Verli ouvirá outras três testemunhas no dia 11 de abril.
“Designo audiência de instrução para as 08:00 (10:00 pelo horário de Brasília/DF) de 17/04/2023, principalmente para o interrogatório dos RÉUS e eventual oitiva de alguma testemunha. Já ficam intimados para comparecerem a ambas o MPF, a Defesa, as assistentes e os réus”, escreveu Verli, na ata da audiência realizada na última sexta-feira (24).
A audiência, que tinha previsão de ser concluída em três dias, teve o prazo dobrado em razão de falhas na internet. O problema foi registrado tanto na sede da Justiça Federal em Tabatinga, extremo oeste do estado, onde se concentram as oitivas, como nos presídios federais no Paraná e no Mato Grosso do Sul, onde estão presos os acusados do crime.
O crime
Bruno e Dom foram assassinados em junho de 2022 no Vale do Javari, no oeste do Amazonas. Eles atuavam contra a pesca ilegal em terras indígenas. A polícia levou dez dias para encontrar os restos mortais que foram escondidos em área de “dificílimo acesso”, a 3,1 quilômetros de onde estavam os pertences de Dom e Bruno, no Rio Itaquaí, em Atalaia do Norte.
Em junho e agosto, a Polícia Federal do Amazonas prendeu Amarildo, Oseney e Jefferson por suspeita de envolvimento no crime. Eles ficaram presos na Delegacia da Polícia Federal em Tabatinga até julho, quando a Justiça ordenou a transferência deles para Manaus após risco de invasão à delegacia e resgate dos presos.
Na capital amazonense, os acusados ficaram na sede da Superintendência da Polícia Federal do Amazonas, onde alegaram ter sofrido abuso de autoridade por parte dos policiais. A defesa deles disse ao jornal Folha de S.Paulo que eles eram retirados das celas para “interrogatório forçado ou acareação indevida”.
Fonte: Amazonas Atual – Nenhuma violação de direitos autorais pretendida